A radioterapia é um método que utiliza a radiação para promover a destruição do câncer de próstata juntamente com tecido benigno. Existem basicamente dois métodos de administração da radioterapia:
- Radioterapia externa
- Radioterapia interna ou braquiterapia.
A radioterapia externa não necessita de internação hospitalar. O procedimento é feito através do cálculo da dose total de radioterapia pela reconstrução tridimensional da anatomia da próstata com auxílio de tomografia.
A dose total da radioterapia é dividida em 20 a 28 sessões, aplicadas em dias consecutivos, e você será liberado para casa após cada aplicação.
O procedimento é completamente indolor mas é possível que você sinta algum desconforto para urinar nos primeiros meses durante o tratamento.
Já a braquiterapia utiliza a emissão de radiação através de pequenas partículas metálicas do tamanho de um grão de arroz que são posicionadas no interior da próstata. Cada partícula possui uma carga de radiação que é liberada no decorrer dos meses após a sua implantação. Isso leva à destruição das áreas do câncer de próstata assim como áreas com tecido benigno.
Para a implantação das partículas radioativas é necessário uma breve internação hospitalar de um dia. Você será levado ao centro cirúrgico, receberá a anestesia raqui e uma sedação. O médico utilizará um equipamento de ultrassom introduzido através do ânus para a identificação das áreas onde as partículas devem ser implantadas.
Utilizando agulhas especiais introduzidas através do períneo, o radioterapeuta posiciona meticulosamente as partículas no interior da próstata.
Você utilizará uma sonda uretral por alguns dias após o procedimento e é comum haver pequenos sangramentos na urina assim como um leve desconforto durante a evacuação. Esses sintomas podem ser intermitentes e podem aparecer mesmo após muitos anos após o término da radioterapia.
Com o passar dos meses, a radiação das partículas será dissipada e não há a necessidade de sua remoção no futuro.
As técnicas de radioterapia são opções viáveis de tratamento para homens que possuem o câncer de próstata na forma localizada. A vantagem da radioterapia externa em relação à cirurgia é que pode ser utilizada mesmo em homens com muitos problemas de saúde associados, nos quais a cirurgia poderia trazer riscos elevados de complicações.
Embora a radioterapia possa ser utilizada em homens jovens, Costumamos indicar esse método para homens com idade mais avançada e com outros problemas de saúde associados. Isso ocorre porque mesmo após 15 anos da aplicação da radioterapia é possível que surjam efeitos colaterais indesejáveis, como:
- Cistites crônicas (inflamação da bexiga)
- levando ao desconforto para urinar ou mesmo sangramentos recorrentes
- Retite crônica
- que é a inflamação da parede do reto com desconforto ao evacuar e sangramentos eventuais. Além disso, a dose cumulativa de radioterapia pode favorecer o surgimento de outros tipos de câncer, como o de bexiga, por exemplo.
A radioterapia externa também pode ser utilizada como método de complementação após a cirurgia para retirada completa da próstata. Isso é conhecido pelos médicos como radioterapia adjuvante.
Só está indicada quando mesmo após a remoção da próstata ainda há a suspeita da existência e focos de doença microscópicos, alojadas em tecidos com aspecto normal.
O último cenário em que a radioterapia também pode ser utilizada é quando há indícios que a doença tenha retornado na região da pelve. Neste cenário dizemos que a radioterapia é do tipo resgate.
Quando a radioterapia é utilizada como método principal para o tratamento do câncer de próstata pode ser necessário a utilização em conjunto de bloqueadores da testosterona. O tempo total de utilização dessas medicações depende primariamente da categoria de risco em que o câncer de próstata em quadrado.
Nos homens que possuem câncer de próstata de baixo risco, não há a necessidade da utilização de bloqueadores hormonais. Nos homens com câncer de próstata de risco intermediário utilizamos os bloqueadores hormonais por 6 meses a 1 ano.
Já nos homens que possuem o câncer de próstata de alto risco, é necessário a utilização de bloqueadores hormonais por 2 a 3 anos.
A utilização de bloqueadores hormonais aumenta as da doença porém trazem consigo um risco aumentado da ocorrência de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio ou AVC.
Em homens que já possuem um risco elevado para a ocorrência dessas complicações, a utilização de bloqueadores deve passar por uma avaliação meticulosa de riscos e benefícios.
Recomendamos sempre uma avaliação em conjunto com a equipe de cardiologia assim como o acompanhamento rigoroso com a equipe clínica.
Nos últimos anos inúmeros avanços tecnológicos trouxeram o maior refinamento e precisão aos equipamentos de radioterapia. Isso favoreceu a aplicação de doses cada vez mais elevadas para o tratamento do câncer de próstata, assim como diminuiu significativamente os efeitos colaterais e complicações relacionadas a este método.
Assim como na cirurgia, a experiência da equipe médica envolvida no tratamento com radioterapia influencia diretamente os resultados obtidos e minimiza os riscos de efeitos colaterais.