Plano de Tratamento

Monitoramento

"Após o tratamento inicial do câncer de próstata você vencerá uma fase conhecida como acompanhamento e controle de cura. Esta etapa consiste em turnos periódicos ao médico assim como a realização de exames de sangue e imagem".

Após o tratamento inicial do câncer de próstata você vencerá uma fase conhecida como acompanhamento e controle de cura. Esta etapa consiste em turnos periódicos ao médico assim como a realização de exames de sangue e imagem.

Nas consultas você será questionado a respeito do retorno às atividades normais do trabalho, assim como a recuperação da continência urinária e potência sexual.

Seu urologista também fará a dosagem a cada 3 meses dos níveis de PSA no sangue.

Normalmente são planejados retornos a cada três meses nos primeiros dois anos. Se não há evidências de que a doença tenha retornado, o intervalo entre os retornos passam a ser a cada 6 meses.

Após o quinto ano de acompanhamento dizemos que a doença tem pouca probabilidade de retornar e o retorno passa a ser anual.

O menor valor de PSA atingido após o tratamento Inicial é conhecido pelos médicos como PSA-nadir. Esse valor é importante porque serve de referência para garantir que o câncer se encontra sob controle.

Se você foi submetido a prostatectomia radical, seus níveis de PSA nadir no sangue devem se manter abaixo de 0,2 ng/dl.

Se você foi submetido a radioterapia ou outras terapias ablativas, valores de PSA abaixo de 1 ng/dl são considerados satisfatórios.

Nos casos de homens tratados com radioterapia, dizemos que o câncer voltou quando atinge um valor de PSA de 2 ng/dl acima do PSA nadir.

Para confirmar de fato o retorno da doença, exames como a cintilografia e ressonância magnética são comumente utilizados.

Reduzindo os riscos da terapia de bloqueio hormonal

Existem algumas anormalidades relacionadas a utilização crônica de bloqueadores hormonais, como a osteoporose o diabetes e doenças cardiovasculares.

Se você está sobre um risco aumentado de fraturas, existem algumas medicações que podem melhorar a saúde dos ossos diminuindo a probabilidade da ocorrência desta complicação.

Durante o tratamento uma densitometria óssea pode ser utilizada para avaliar a saúde dos seus ossos. Algumas e de fraturas incluem drogas como o denosumab e o ácido zoledrônico, por exemplo.

Essas drogas também não são isentas de efeitos colaterais como osteonecrose da mandíbula, alteração nos níveis de cálcio no seu sangue, assim como dor em algumas articulações.

A osteonecrose da mandíbula deve ser prevenida com um programa de saúde bucal antes mesmo do início do tratamento.

Diabetes e doenças cardiovasculares são também comuns em homens de mais idade. O uso de bloqueadores de testosterona pode aumentar a probabilidade de que essas doenças saiam do controle.

Dessa forma um controle com a equipe clínica de perto é necessário em todos os casos.

Outros efeitos colaterais incluem: fadiga ondas de calor dor e aumento do volume das mamas, diarreia ganho de peso alterações da função do fígado dentre outras.

Existem inúmeras estratégias que podem ajudar a prevenir a ocorrência desses , como atividades físicas regulares, uso de medicações antidepressivas e radioterapia das mamas para evitar o seu crescimento.

É muito importante que você e sua parceira discutam todos esses possíveis efeitos colaterais antes e durante o tratamento.

Estar bem informado e antecipar o surgimento desses efeitos colaterais indesejáveis é uma ferramenta fundamental no seu plano de tratamento.

Resultados iniciais do tratamento

Para a maioria dos homens diagnosticados com a doença localizada, o objetivo maior do tratamento é a cura do câncer.

A cura só é possível quando o tratamento leva a um estado onde nenhuma célula do câncer pode ser detectada no seu corpo.

Se após o tratamento Inicial os exames indicam que possa haver algum foco de doença em atividade, provavelmente você necessitará de tratamentos complementares.

Contudo, mesmo depois de muitos anos sem qualquer sinal da doença o câncer ainda assim pode voltar à atividade.

Por essa razão, as avaliações periódicas por no mínimo 5 anos são essenciais.

Uma alteração no exame de o mesmo elevação suspeita nos níveis de PSA podem levar seu médico a solicitar exames de imagem e laboratoriais para o rastreamento dos focos de doença em atividade.

Outro critério também muito utilizado pelos urologistas é a velocidade de aumento do PSA entre cada retorno.

Após um período de acompanhamento de cerca de cinco anos seus retornos passaram a ser anuais. Se o câncer de próstata foi descoberto em estágios avançados e você não atingiu níveis indetectáveis de doença, o intervalo de seu retorno em consulta provavelmente será menor.

Acompanhamento após a prostatectomia radical

Após a cirurgia para a remoção da próstata seus níveis de PSA a devem cair para próximo de zero, uma vez que a próstata foi removida por completo. Quando isso não ocorre pode ser um sinal da persistência do câncer.

Os níveis esperados de PSA após o tratamento inicial do câncer de próstata são ajustados de acordo com o tratamento utilizado.

Para os homens que foram submetidos a prostatectomia radical, espera-se níveis PSA < 0.2 ng/dl após a cirurgia. Nos casos de homens tratados com radioterapia ou outras formas de tratamento que não removem a próstata por completo, os níveis de PSA considerados satisfatórios podem ser variáveis e geralmente não atingem valores < 0.2 ng/dl.

O acompanhamento dos homens tratados com cirurgia difere bastante daqueles tratados com radioterapia.

Para os homens operados é necessário a utilização de uma sonda uretral por um período que varia de 7 a 14 dias. Aqueles submetidos a técnicas minimamente invasivas como a ou a cirurgia robótica tendem a utilizar a sonda por um menor tempo.

Em alguns casos você pode receber alta do hospital utilizando um dreno de sucção feito de silicone e instalada na parede lateral do seu abdômen. Isso pode ser necessário para evitar o acúmulo de líquidos e pequenas quantidades de sangue ao redor da próstata, que poderiam aumentar o risco de infecções ou mesmo dor.

Costumamos remover esse dreno de 5 a 7 dias após a cirurgia. O procedimento é completamente indolor você será liberado para casa no mesmo dia.

Após a retirada da sonda uretral é comum haver perda urinária em quantidade variada. Por essa razão, seu médico orientará que você use um forro absorvente para evitar qualquer constrangimento relacionado à perda urinária. A recuperação da continência urinária é um evento que ocorre de maneira variável em cada caso e discutiremos em uma sessão separada.

É comum que seu médico prescreva medicações com o objetivo de estimular o retorno precoce da ereção peniana logo após a retirada da sonda da uretra, principalmente nos casos onde não houve a necessidade da remoção dos nervos que conduzem a ereção durante a cirurgia. Isso é importante porque sabemos que quanto mais rápido a retomada do estímulo à ereção, maiores são as chances de recuperação definitiva da função normal do pênis.

Outro ponto importante é a necessidade de utilização de antibióticos durante 3 a 4 dias após a retirada da sonda para evitar possíveis episódios de infecção urinária.

É importante deixar claro que a utilização de antibióticos após a retirada da sonda pode ser facultativa e ficará a critério do seu médico.

Após essa consulta inicial para retirada de dreno e sonda, você será orientado a fazer uma análise de sangue para a dosagem dos níveis do PSA, a partir de trinta dias da data de sua operação.

Isso ocorre porque após a manipulação da próstata durante a cirurgia é comum a elevação dos níveis de PSA no sangue. Essa alteração não dura mais que 20 dias e é por essa razão que seu médico solicitará este exame somente após esse período.

Quando os valores de PSA não atingem os objetivos esperados seu médico suspeitará da existência de focos residuais da doença.

É comum nessa situação a realização de exames como a ressonância magnética e a cintilografia óssea para detectar a localização do possível foco residual da doença.

No caso em que o foco de doença residual se encontra restrito a região da bacia, é possível o tratamento de resgate com a radioterapia.

Já nos casos em que os focos de doença residual estão espalhados em diversos pontos, como os ossos, linfonodos, fígado, por exemplo, a radioterapia não tem a capacidade de tratar uma área com essa amplitude. Neste caso a utilização de bloqueadores de testosterona seguem como a primeira opção para controle da doença.

É importante ter em mente que o tratamento do câncer de próstata possui três objetivos principais:

  • Cura do câncer
  • Preservação da continência urinária
  • Preservação da função de ereção

Se o tratamento atingir esses 3 objetivos, seu médico utilizar a um termo conhecido como TRIFECTA.

O controle do câncer pode ser monitorado através dos níveis de PSA. Recuperação da continência urinária ocorre de maneira variada no período que vai do 3º ao 18º mês após a cirurgia. A potência sexual comumente retorna após o controle da continência urinária e pode levar até dois anos para uma recuperação completa.

A chance de apresentar sequelas como essas após o tratamento são influenciadas por múltiplos fatores, como:

  • Idade maior que 65 anos
  • Obesidade
  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Câncer de próstata diagnosticado em fase avançada
  • Incontinência e impotência presente antes mesmo da cirurgia
  • Uso de antidepressivos

Tipo de técnica cirúrgica utilizada

Quanto maior o número de fatores de risco descritos acima um homem venha apresentar, maiores as chances da ocorrência de e definitivas.

Mais adiante abordaremos em detalhes as para as possíveis sequelas após o controle do câncer de próstata.

Acompanhamento após a radioterapia

Como comentado no tópico sobre radioterapia, esse tipo de tratamento não requer uma internação hospitalar. A dose de radiação total é calculada de acordo com o plano de tratamento e utiliza a reconstrução tridimensional de sua próstata utilizando um equipamento de tomografia.

A dose total do tratamento é distribuída em até 28 dias. Você fará múltiplas visitas ao hospital para receber a fração de cada dose.

As sessões de aplicação costumam durar de uma a duas horas e são completamente sem dor. Não há necessidade de receber sedativos e você poderá dirigir sem problemas após cada sessão.

Durante o tratamento é possível que você sinta algum desconforto ou ardência durante a micção. Sangramento na urina em pequena quantidade também é um sintoma frequente e controlado com a utilização de medicações analgésicas e a ingestão de água em abundância.

Em homens com próstata muito volumosa, pode ser necessário a utilização de medicações que diminuem o volume da glândula para facilitar o tratamento.

Em casos de homens que possuem câncer de próstata de risco intermediário ou de alto risco, é necessário a utilização de medicações bloqueadores de testosterona por um período de 6 meses até 3 anos.

Em situações raras você pode sentir dificuldade para urinar necessitando a utilização temporária de uma sonda na uretra para facilitar o esvaziamento da bexiga.

Nos meses que seguem o tratamento de radioterapia os níveis de PSA no sangue costumam subir. Isso é um fenômeno natural pela destruição das células do câncer e das células normais da próstata e não deve trazer preocupação para você e seu médico.

Até dois anos após a radioterapia os níveis de PSA costumam flutuar e não são considerados definitivos. O valor de PSA mínimo atingido após dois anos da radioterapia é conhecido como PSA nadir e é importante porque será usado como referência no seu acompanhamento nos anos seguintes.

Toda vez que os níveis de PSA atingem o valor de 2 ng/dl acima do PSA Nadir, dizemos que houve o retorno da atividade do câncer. Neste momento, uma série de exames com objetivo de identificar o local exato do retorno da doença serão solicitados pelo seu médico.

Como nos casos de retorno da doença após a prostatectomia, o tratamento da recorrência após radioterapia vai depender da localização do foco de atividade. Quando a doença retorna na região da bacia é possível um novo tratamento com cirurgia ou terapia focal (HIFU ou crioterapia) ou mesmo a utilização de bloqueadores hormonais.

Quando a doença retorna em múltiplos focos espalhados pelo corpo, a utilização de bloqueadores hormonais geralmente é a opção mais utilizada de forma isolada.

Recentemente uma ampla variedade de exames com elevado poder de detecção de focos de retorno do câncer de próstata (PET PSMA, ressonância de corpo inteiro, PET com actínio, etc) tem acrescentado maior precisão no diagnóstico precoce de recorrência da doença.

Acompanhamento após outros tipos de tratamento

Homens que são submetidos a outros tipos de tratamentos diferentes da radioterapia ou prostatectomia, como o HIFU ou a crioterapia, por exemplo, são acompanhados de forma muito semelhantes aqueles homens que foram submetidos à radioterapia.