Como saber meu diagnostico?

Biópsia de próstata

"O PSA é uma proteína produzida pelas células da próstata...
Normalmente o PSA é encontrado em níveis muito elevados dentro do tecido prostático e baixos níveis no sangue...
Utilizamos os níveis sanguíneos de PSA para estimar o risco de um homem apresentar o câncer de próstata".

A elevação dos níveis de PSA assim como alterações durante o exame de podem levar à suspeita que o câncer de próstata esteja presente. A única forma de realmente chegar ao é através da remoção de pequenos fragmentos de sua próstata para uma análise minuciosa em um microscópio.

Além de constatar a presença do câncer é possível definir qual o grau de agressividade da doença.

A é considerada um procedimento invasivo de pequeno porte. Para se preparar para a é necessário que você siga algumas recomendações dadas pelo seu médico alguns dias antes e depois do procedimento.

Você será orientado a interromper medicações anticoagulantes como aspirina, assim como iniciar o uso de antibióticos na véspera do procedimento. Um preparo intestinal com a utilização de laxativos é utilizado para reduzir as chances de infecção após a . Não há a necessidade que você fique internado para a , uma vez que é considerada um procedimento ambulatorial. Recomenda-se que você vá com um acompanhante para ajudá-lo a retornar para casa, dado que pode se sentir sonolento por algumas horas após receber os sedativos.

Anestesia costuma ser do tipo sedação combinada com a injeção de anestésicos locais minutos antes do procedimento. A costuma durar não mais do que 20 minutos e depende do número de fragmentos solicitados pelo seu médico. Para que uma seja considerada de boa qualidade é necessário a remoção de pelo menos 12 fragmentos. Em alguns casos são removidos até 25 fragmentos e isso é conhecido como de saturação. Esta última só é solicitada em situações especiais, como na hipótese de você já ter sido submetido a mais de uma no passado e seu médico ainda suspeita que você tenha o câncer de próstata.

Basicamente existem dois tipos de de próstata:

Transretal, feita através da introdução de um aparelho de ultrassom em formato de caneta através do ânus. As finas agulhas atravessam a parede do reto e removem os fragmentos da próstata;

Perineal, onde as agulhas atravessam a pele do períneo ( área de pele que fica entre o escroto e o ânus) para remover fragmentos da da próstata.

No Brasil e nos Estados Unidos, a transretal é a mais amplamente utilizada.

Um novo método de fusão de imagens de ressonância magnética com imagens de ultrassom em tempo real vem ganhando cada vez mais espaço entre os urologistas do mundo inteiro. Neste método você é primeiramente submetido a uma ressonância e posteriormente essas imagens são utilizadas durante a de próstata para guiar o melhor local de retirada dos fragmentos com auxílio de um equipamento de ultrassom.

Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas neste campo e ainda não há evidências científicas a respeito da superioridade deste método de fusão em relação aos métodos tradicionais que utilizam apenas o ultrassom.

Uma preocupação muito frequente de todos os homens que serão submetidos a uma de próstata é o risco da disseminação de células doentes através da passagem da agulha.

Felizmente isso não ocorre porque a agulha utilizada na é composta de duas unidades. Uma unidade interna remove o tecido alvo e outra porção externa da agulha reveste e protege o contato das células doentes com as células sadias no momento da retirada da agulha.

Após a , é esperado que você observe uma pequena quantidade de sangramento nas fezes, urina e eventualmente durante a . Esses podem durar por algumas semanas (3 a 6), são autolimitados e não deixam qualquer sequela.

De forma muito rara, em menos de 10% dos casos, você pode notar sangramento na urina em quantidade aumentada, dificuldade para urinar. Em alguns casos, um quadro de infecção severa, conhecida como prostatite, pode levar a febre e mal estar geral.

É importante você manter seu médico informado sobre tais , uma vez que pode ser necessário uma internação hospitalar para investigação e tratamento adequado.

Em média, o resultado de sua ficará pronto de 7 a 15 dias após o procedimento. Com ele seu médico será capaz de estabelecer um diagnóstico e orientar sobre os próximos passos de seu tratamento.

Pontuação de gleason

A classificação utilizada para estabelecer a agressividade do câncer de próstata é conhecida como pontuação de Gleason. É obtida através da análise da arquitetura das células do câncer de próstata e do tecido normal ao redor, observados ao microscópio em fragmentos obtidos através de uma biópsia da glândula.

Quando o câncer é encontrado em um determinado fragmento delimitamos as áreas envolvidas pela doença e damos uma nota de agressividade a cada uma delas.

As glândulas são identificadas e classificadas baseado no seu padrão de organização arquitetural. Quanto mais desorganizado o padrão, dizemos que o câncer têm um comportamento mais agressivo.

Cada área com a doença pode receber uma nota de agressividade que varia de 1 até 5, onde 5 representa o foco com maior risco de infiltração e disseminação.

A graduação final de Gleason é obtida através da soma dos dois principais padrões arquiteturais do câncer. Dessa forma o menor grau de agressividade encontrado representa a somatória do padrão um mais um (2) e a maior possibilidade em termos de agressividade representa a somatória de uma área com padrão 5 + 5 (10).

Quanto maior a agressividade dos focos de doença encontrados nos fragmentos de biópsia dizemos que o câncer possui um risco maior de disseminar e infiltrar tecidos ao redor.

A escolha do tratamento e o prognóstico são diretamente influenciados pelo grau de gleason.

A avaliação arquitetural das células obedece a critérios objetivos estabelecidos pelas principais sociedades internacionais e nacionais de patologia. Mas é importante ter em mente que em algumas situações a doença pode confundir a interpretação do médico que avalia o resultado da lâmina.

Em situações como essa seu urologista pode solicitar uma avaliação em conjunto com outros médicos patologistas na tentativa de esclarecer qualquer dúvida no laudo final.

Um outro dado importante que também deve ser levado em consideração é que a biópsia da próstata pode em até 30% dos casos não identificar a área de maior agressividade da doença no interior de sua próstata.

Isso ocorre porque em determinadas situações o câncer de próstata pode aparecer como um tecido normal nos exames de ultrassom ou mesmo de ressonância magnética.

Em situações como essa após a remoção completa da próstata todo o material é submetido a uma análise minuciosa e podemos definir com maior segurança todas as áreas comprometidas pelo câncer.

Outras informações em um relatório de patologia

Juntamente com o grau do câncer, o relatório da patologia geralmente contém outras informações, tais como:

  • O número de amostras de biópsia que contêm câncer (por exemplo, 7 de 12 fragmentos)
  • A percentagem de câncer em cada um dos fragmentos
  • Se o câncer é unilateral ou bilateral

Outros resultados possíveis da biópsia

Às vezes, as células da próstata são identificadas com um padrão de organização diferente do considerado normal. Entretanto, tais alterações não são severas o bastante para serem consideradas como um câncer.

Nessas situações, exames mais elaborados assim como um acompanhamento mais rigoroso e, em alguns casos, a repetição da biópsia estão indicados.

Neoplasia intra-epitelial da próstata (NIP):

Esta alteração representa mudanças na forma como as células da próstata se organizam, entretanto, não reúnem todas as características de um câncer. NIP é muitas vezes dividida em 2 grupos:

  • NIP de baixo grau: os padrões das células da próstata parecem quase normais
  • NIP de alto grau: os padrões das células parecem com alterações mais grosseiras.

Muitos homens começam a desenvolver NIP de baixo grau em uma idade precoce, mas não necessariamente desenvolvem o câncer de próstata. A importância do NIP de baixo grau em relação ao câncer de próstata ainda é incerto.

Se NIP de baixo grau é relatado em uma biópsia da próstata, o acompanhamento segue igual ao daqueles que receberam o resultado de tecido normal benigno.

Se NIP de alto grau é encontrado, há cerca de 20% de chance de que o câncer já pode estar presente em algum outro lugar na próstata. E é por isso que os médicos acompanham de perto os casos com NIP de alto grau, eventualmente até repetindo a biópsia.

Os estudos na literatura médica são controversos nesse tópico e, muitos deles, recomendam o acompanhamento de homens com NIP de alto grau semelhante aos que tem uma biópsia normal.

Pequena proliferação de ácinos atípicos (ASAP):

Às vezes é chamado apenas de atipia. As células se parecem com o câncer quando analisadas em um microscópio, contudo exibem características mistas entre o tecido normal e a doença, dificultando a conclusão do diagnóstico.

Quando esta condição é detectada, significa que existe uma grande chance de existir algum foco do câncer em alguma outra área da próstata, que não foi identificada pela biópsia. Muitas vezes, uma nova biópsia pode ser recomendada.

Contudo, existe uma alternativa à repetição de uma nova biópsia em todos os casos de ASAP. Uma técnica chamada imuno-histoquímica utiliza corantes especiais aplicados no tecido coletado pela biópsia (anticorpos com corantes de alta afinidade) para identificar o câncer e diferenciá-lo do tecido normal.

Atrofia inflamatória proliferativa (PIA):

Nesta condição, as células da próstata parecem menores do que o normal, e há sinais de inflamação na área. PIA não é câncer, mas os pesquisadores acreditam que PIA pode às vezes se transformar em NIP de alto grau ou mesmo em câncer de próstata.

 

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